ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM

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Você é uma pessoa nostálgica? Então se prepare por que você vai chorar! 

Animais Fantásticos e Onde Habitam retorna com o grande universo dos bruxos de Harry Potter, agora ambientado na década de 20 pós primeira guerra, em Nova Iorque. A história gira em torno do personagem Newt Scamander, escritor do manual das criaturas do mundo bruxo que os alunos de Hogwarts estudam. Mesmo o filme levando o nome desse pequeno livreto, o roteiro é inteiramente original escrito por J.K Rowling (que estreia como roteirista) e é dirigido por David Yates, que está bem a vontade nesta produção.


Foi com os olhos brilhando de adoração que sai da primeira sessão de Animais Fantásticos (sim foram duas sessões seguidas assistidas). Preparada para começar achar os defeitos na segunda vez, me surpreendi ainda mais com o roteiro de Rowling. Diferente de outras produções de um mesmo universo, como Hobbit e Star Wars (segunda trilogia), esse filme não se pendurou no sucesso de Harry Potter, ele tem voz própria e uma história tão incrível quanto. A maturidade lidada aqui chega a me questionar se as produções não estão evoluindo a partir da idade daqueles pequenos fãs lá no início da primeira franquia. 

Mesmo com um tom mais obscuro e neutro, algo também construído para dar a ideia da época em que se passava a história, a magia não deixa de estar presente. Talvez por ser a criadora de tudo isso, o roteiro respeitou a primeira produção, e deu-lhe muitas referencias! Aos fãs que acompanham novidades e contos pelo pottermore, vão se surpreender com algumas citações. 
Outra coisa bem nítida é o choque cultural. Mesmo ambas nações falando o mesmo idioma, certos termo mudam do britânico para o americano. Além das estruturas de governo, enquanto ingleses tem seu primeiro ministro, estadunidenses tem um presidente. 
Falando em presidente, como já era de se esperar já que é algo escrito por Rowling, há representatividade e muitas critica no filme, como por exemplo: a maior representante do mundo bruxo dos Estados Unidos, seu presidente, é uma mulher e é negra. 
Outra questão bem trabalhada no filme é preconceito religioso, fanatismo, abuso e intolerância. 


Então se chega ao empasse do elenco. Tantas coisas importantes que foram ditas, mas a maior critica foi com a escolha de Johnny Depp. Era realmente para tudo ser surpresa e se não tivesse vazado eu teria ficado e não de maneira positiva. Mas no caso de Depp a participação é bem pequena mesmo ele sendo um vilão histórico dos livros de Harry Potter. 
Em contra partida, temos um elenco tão grandioso e bem construído que eu teria que fazer a lista de cast da IMDb para falar de todos. 
Eles tem sua missão bem estabelecida: Dan Fogler, o trouxa Jacob que conhece o mundo bruxo, é claramente o alivio cômico do filme, mas não deixa de ser também uma representação de todos nós que dariamos tudo para viver o que o personagem viveu. Samantha Morton que vive a vilão Borebone, é de botar medo no sentido mental, ela te deixa neurótico e muito incomodado, além de ser má ao extremo. Ezra Miller, faz o filho mais velho de Borebone e a mudança de personalidade que seu personagem desenvolve durante o filme é de uma atuação sem igual. Collin Farrel, que faz Graves, é aquele personagem que você quer amar e odiar, o ator se diverte muito com o papel. 

Aqui vem a grande revelação para mim: Eddie Redmayne! Não achava ele um ator brilhante, nem mesmo com suas atuações que todos acham incríveis como Garota Dinamarquesa e A Teoria de Tudo (que ele levou o Oscar). Sempre achei ele um ator de mesma face. Mas aqui fiquei muito feliz com o resultado, ele de verdade entrou no universo e se fez como Newt, um lufano que não tem amigos, meio nerd e explorador. Apaixonei-me pelo personagem e pelo ator. Katherine Waterston, conhecida mais como Tina, me irritou muitas vezes durante a narrativa, eu realmente não estendia bem o que ela tava querendo ali, mas nada que não se acertou depois. 


O formato visual do filme, remete muito a época em que ele se passa. O ambiente, as roupas e até mesmo as cores! A mudança de temperatura das cores do filme, nunca foi tão perceptiva para mim como agora. Os momentos frios com um tom azulado, os quentes amarelado, os de suspense mais cinzas e escuras. Além de que os efeitos estão de outro mundo, eu estava tão chocada com tudo que tinha em Doutor Estranho e agora me fez rever meus conceitos de tecnologia. O 3D é um dos melhores que vi na vida, na realidade não lembro de um que tenha sido melhor, isso dado em conta que não são toda as tomadas de filme que tem efeitos 3D! As criaturas são FANTÁSTICAS mesmo! Ela se misturam entre fofas, peculiares, assustadoras, mas sempre interessantes. Cada vez que aparecia uma pensei "essa é a melhor", mas então vinha outra e mudava de ideia. Então encontrei o meu preferido, sem duvida o Troquilho! Assistir na maior tela que tiver e sua cidade e em 3D, com certeza vai valer o dinheiro. 


A trilha sonora composta por James Newton remete muito a de John Willians no primeiro filme de Harry Potter, ao ponto de usar os arranjos, mas tem seu próprio tom, especialmente nos momentos de drama. 

Animais Fantásticos e Onde Habitam, remete a lembranças, mas vem para ficar com sua própria força e talvez agradar a novos expectadores. Com um tom maduro e naturalmente cômico, te faz sorrir e refletir, sem deixar de lado os momentos de tensão e alivio. Para quem já está nesse grande universo magico a muito tempo é o momento de reviver tudo isso. Para os novos, sejam bem vindos e aproveitem essa obra. 


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